quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

o silêncio é feito de tempo

o silêncio é feito de tempo
das sombras do medo
dos passos que andam lento
que soletram um segredo

o silêncio é feito de horas
horas que passam assim
como quem vai embora
mas fica dentro de mim

o silêncio é feito de dias
qual calendário rasgado
um silêncio de alegrias
nesta tristeza de estar calado

silêncio de meses e anos
silêncio de coisas gritadas
rumor de curvas e planos
feitas vielas e estradas

sim
é este o silêncio
feito de boca calada
é este o silêncio
cheio de nada

(poema escrito por Carlos Figueiredo Queiroz, em 18 de janeiro de 2012)