segunda-feira, 1 de maio de 2017

Ouvi o meu nome


ouvi o meu nome
quem me chamou?
quem? o vazio o vento?

quem disse meu nome
não sabe quem sou
sou este breve momento

alguém falou meu nome
eu sou apenas quem sou
esta pressa em mim, um lento

sim ouvi o meu nome
nesta força que passou
a força perdida num lamento

ouvi de novo meu nome
sim sou a verdade que soou
numa espécie de fingimento


segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Sou tanta gente


sou tanta gente
um nada sincero
sou tanta gente
um enorme zero

faço parte de mim
sou o tudo que há
um mundo assim
um vazio de ser já

sou tanta gente
sou o que sou
sim sou a imensidão
a inexistente multidão

(design artístico da autoria da amiga Naty Esteves a quem agradeço a cooperação)


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

O amor nasce do que é


o amor nasce do que é
nasce de uma certeza
de uma chávena de café
e pessoas juntas à mesa

mas o amor vive delas
dias a pulsar no coração
feitos de forças e cautelas
derrotadas no chão

é assim o amor que há
um de dúvidas exatas
que se exigem desde já
quais músicas e serenatas


sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Há sonhos que já vêm


há sonhos que já vêm
enrugados por dentro
são utopias insistidas
encarquilhadas na idade

sim há sonhos que já vêm
feitos vidas reinventadas
como se fossem o irreal
o projeto alisado das rugas

há até sonhos que já vêm
empacotados de ideais
de modo a serem ideias
fabricadas na coragem

não renego esses sonhos
que arrumo na minha mente
sonhos feitos de cognições
feitos de egos e intuições

[design artístico da amiga Naty Esteves, a quem agradeço a cooperação]


domingo, 1 de janeiro de 2017

Eram inúmeras orelhas


eram inúmeras orelhas
que se aproximavam
elas queriam escutar
o que as letras diziam

eram ouvidos cansados
ressequidos pela luta
dos mercados gritados
e sondagens inventadas

combatiam-se uns
contra os outros
ameaçando com fogo e
enfartes de miocárdios

essas inúmeras orelhas
eram bombas roubadas
encostadas às paredes
e construindo subúrbios


sábado, 24 de dezembro de 2016

Ousar sempre lutar


ousar sempre lutar
ousar se possível vencer
ter a força de pelejar
ter a ousadia de viver

talvez nem sempre ganhar
talvez nem sempre vencer
mas sempre sempre avançar
sem nunca se deixar abater

pois para esta luta ganhar
desistir nunca e nunca temer
pois a vida é para conquistar
debatendo as armas do saber


segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Poema do amor ou da falta dele


há quem se gabe de saber amar
e de ter muita gente no coração
mas é na guerra que se vão armar
disparando o ódio em cada mão

buscam sua própria vantagem
disparando o mal por todo o lado
disparando ruínas na paisagem
disparando dor sobre o lado errado

sim há quem se gabe de saber amar
mas só têm soberba e vanglória
fazendo outros o impossível acreditar
crendo que a destruição é que faz história



quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Será que ainda sei escrever?


será que ainda sei escrever?
eu pego na direita, a mão,
e escrevo sempre destemido
a partir da força da esquerda

sei que perco algumas letras
é verdade entre os caminhos
entre os dedos tremidos
que percorro nas palavras

e as ideias saltam-me da mente
feitas causas lutas e valores
na defesa da nova ortografia
mas será que ainda sei escrever?




terça-feira, 22 de novembro de 2016

Na parte de trás da rua


na parte de trás da rua
estava uma palavra caída
no meio do passeio
entre rasgos de timidez

lá onde vivia a lua
num medo de ser proibida
num silêncio em bloqueio
no escuro ténue do talvez

na parte de trás da rua
a palavra fez-se vida
entre poemas de regateio
entre a força da lucidez

sou a loucura nua e crua
na alienação mais destemida
de uma palavra que semeio
poderosa em robustez


domingo, 20 de novembro de 2016

Há uma juventude livre


há uma juventude livre
que voa sem asas
nestas emoções
com povo dentro de mim

fui a adolescência
o destemor na mente
causas e valores
ideais pelos quais lutei

sim fui o jovem adulto
fui os combates travados
nas bandeiras acesas
ainda dentro de mim


Acabei de fotografar o tempo


acabei de fotografar o tempo
mais sinistro que existe
e os ponteiros eram feitos
do escuro mais silencioso

preferi fotografar as horas
pois eram corredoras inatas
feitas de papéis de calendários
rasgados à pressa no chão

decidi que não posso gostar
de contar o tempo que passa
o tempo soa a falso corredor
e o fotógrafo não gosta dele


sexta-feira, 28 de outubro de 2016

O nunca


o nunca
é um hoje disfarçado
de tempo algum

o nunca
é ter parados em nós
relógios de solidão

o nunca
é este jamais existente
a ocasião do nada

o nunca
sou eu enredado
neste calendário sem dias

o nunca
sou este eu entediado
a ver-me aqui para sempre 


sábado, 8 de outubro de 2016

Atiro-me lá para baixo


atiro-me lá para baixo
com toda esta cidade debaixo
nos braços que ainda tem
esta gente que voa feroz

atiro-me lá para baixo
forte lutador mas cabisbaixo
na coragem que advém
de palavras que caem da voz

atiro-me sim lá para baixo
num voo lento em que me despacho
com pessoas robustas cheias de bem
num poema temeroso mas veloz

domingo, 2 de outubro de 2016

O coração espreita


o coração espreita
cada um dos sonhos
para ver se são ou não
a timidez da realidade

e assim a consciência
vai indagando o interior
para ver se as palavras são
uma certeza ainda acanhada

sim a intuição espia
fantasiando as utopias
que desenham o íntimo
envergonhado do poema

[Design artístico de Naty Esteves, a quem a agradeço a cooperação]


sábado, 24 de setembro de 2016

O peso do mundo


o peso do mundo
está escondido debaixo
dos braços dos poderosos

é o peso da deslocação
ao sabor das utopias
que nas mentes se movem

o peso do mundo
são pessoas sofridas
que velozes se deslocam

são armas automáticas
mísseis disparando guerra
matando as coisas do povo

o peso do mundo
são gentes e gentes cá fora
e as casas cá em baixo

é o peso da destruição
com a água e a eletricidade
e tudo o resto no chão


sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Porque hei de ser (poema intimista)


porque hei de ser
o que sou
quando posso ser
mais do que isso
sendo o que não sou

sou como alguém
entre paredes
nas ruas lá fora
sem nada nem gente
sendo um sozinho aqui

sim porque hei de ser
isto em mim
quando poderia ser
o que sei que há
mas não existe em mim

sou como alguém
que gosta
de inventar pessoas
com palavras sentadas
ao lado de mim 



sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Tenho nas mãos


tenho nas mãos
o peso do mundo
este peso imenso
que sinto a sofrer

tenho nas mãos
um pulso profundo
um pesar intenso
que ajuda a doer

tenho nas mãos
um povo vagabundo
num poema propenso
em letras por escrever


segunda-feira, 12 de setembro de 2016

A sintaxe recriada de oratórias silenciosas


a sintaxe recriada
de oratórias silenciosas
numa verborreia calada
nas bocas ocas
na cidade lá fora

e os passos são palavras
com vazio dentro
exceto a abundância
do nada das ideias
a coisa nenhuma

a ausência constante
a omissão valente
do quase que se diz
murmurando o ato frívolo
falho de inteligência


sábado, 3 de setembro de 2016

Os pulmões da poesia


os pulmões da poesia
estão presos na sua asfixia
de coragens pressentidas
num forte vento inexistente

os pulmões da poesia
são janelas onde a travessia
se faz de forças proibidas
cheias da dor dentro da gente

os pulmões da poesia
respiram em celas de ousadia
em golpes e lutas escondidas
feitas de um ar breve e ausente

por isso os pulmões da poesia
têm de ser de arrojo e valentia
escritos em palavras gastas e feridas
num coração veloz e impertinente


domingo, 14 de agosto de 2016

Apetece-me agarrar a outra face


apetece-me agarrar a outra face
calçar botas de borracha
rodando com os pés em pé
nestes pneus feitos cadeira

a outra face é de aspeto surreal
sou eu cada vez mais arrojado
vestido parado de velocidade
com uma força urgente de andar

quinta-feira, 14 de julho de 2016

As pessoas são redondas


as pessoas são redondas
têm a opinião dos outros
são autómatos inconscientes

as pessoas são redondas
não dizem nem tudo nem nada
e têm cordas vocais enroladas

as pessoas são redondas
dentro das palavras do medo
dentro da censura dos outros

as pessoas são redondas
ausentes de si mesmas
ausentes da liberdade




terça-feira, 12 de julho de 2016

A força de me encontrar


a força de me encontrar
nas palavras perdidas
acabadas de dizer e falar
numa ousadia de ingenuidade

sou eu que grito em mim
frases de desespero
em favor de outrem
atrevidas de liberdade

é a energia de me achar
nas causas destruídas
em areias ateadas no mar
com chamas da tempestade

sim sou eu sozinho em mim
com letras soltas de exagero
poemas de vida que mentem
em impulsos de verdade


quinta-feira, 7 de julho de 2016

Há um navio de esperança


há um navio de esperança
quando falo do que não digo
quando bebo o som das águas

são sedes onde ninguém se cansa
um terreno húmido e quase amigo
um espaço agreste de mágoas

este é o bote da insegurança
com palavras cruas de mendigo
com letras salvas entre tábuas































Este é um segundo trabalho artístico com base no meu poema, desta feita recebido da minha amiga Naty Esteves, a quem agradeço a cooperação.

terça-feira, 14 de junho de 2016

Porque hei de ser só eu


porque hei de ser só eu
se posso ser toda a gente
porque hei de ser só assim
se posso ser todo o mundo

porque hei de ser só eu
onde sendo igual sou diferente
e sou todas as pessoas em mim
num género humano vagabundo


São pedras lascadas


são pedras lascadas
cheias de vida
que sustentam
esta nossa atração

são pernas atrasadas
nesta louca corrida
que nos arrebentam
artérias no coração


segunda-feira, 6 de junho de 2016

Lentamente fabrico o cimento


lentamente fabrico
o cimento
onde guardarei
as minhas memórias

dentro dele o coração
onde estórias
se diluem aos poucos
quais músculos na mente


Ponho a mão lá fora


ponho a mão lá fora
e sinto o vento a soprar
nas brisas do norte
é uma viagem embora
onde há pessoas a chorar
voando nas asas da sorte

ponho a mão lá fora
e entre os dedos voa o calor
onde forte agarro o sol
e respiro a cada hora
este ar a que mudo a cor
escrito em armas sem paiol


E o granito é feito de pés


e o granito é feito de pés
onde se fecham os olhos
e onde as pedras são fés
que crescem aos molhos

mas há nódoas e ruídos
que ninguém quer seguir
pois são dos excluídos
essas mãos quase a cair

sim o granito é feito de pés
um silêncio que ameaça falir
um diapasão de lamirés
numa vida de andar a fingir


quarta-feira, 25 de maio de 2016

Eles bem andam com a Europa


eles bem andam com a europa
a pulsar pátrias na lapela
feitos gente responsável
engravatada mas cinzenta

fazem contas e mais contas
nas suas mentes gigantes
são máquinas de calcular
inventando números em excel

e cada lápis atrás da orelha
são dedos disparados com exatidão
através de colarinhos brancos
ensaiando roubos aos mais débeis

assim é esta cleptoplutoeuropa
europa da hipocrisia das nações
europa erigindo fronteiras farpadas
contra mãos acorrentadas à fome


terça-feira, 17 de maio de 2016

Escrevi teu nome


escrevi teu nome
no meio da mente
teu nome é golpe
um nome de gente

reescrevi teu nome
numa ação deprimente
um nome de traição
um nome inconsciente

então gritei teu nome
de modo inteligente
um nome que resiste
contra o prepotente



















[design abaixo com cooperação artística da amiga Naty Esteves]

domingo, 8 de maio de 2016

Saltei para fora


saltei para fora
levantei o enorme peso
dos bancos de pedra
que já não havia

lá em baixo só existem
pulmões que respiram
é a força dos anos sessenta
dançando livre a juventude

mas o esforço que fazia
de tanto me reencontrar
vi que já lá não estava
vi que já não era eu

(design artístico de Naty Esteves, a quem agradeço a cooperação)

















sábado, 12 de março de 2016

Os passeios têm sombras


os passeios
têm sombras
e as janelas
têm ouvidos

são devaneios
ensombrados
portas sem vielas
nos passos perdidos


O caminho das utopias


o caminho das utopias
são desertos em chamas
a invenção das poesias
desfeitas em diagramas

o caminho das utopias
são sonhos são certezas
escritos em assimetrias
nas mais ténues subtilezas

por isso insisto na utopia
que guardo na mente
na mais plena ousadia
deste meu subconsciente


sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Há palavras que nos batem à porta


há palavras
que silenciosas
feitas incertezas
nos batem à porta

são palavras sem sentido
palavras a ser lidas
como se fossem letras
sem saber onde ficar

são palavras ao vento
palavras que esvoaçam
mostrando dúvidas
entre os medos da verdade

palavras que não sabem
que trazem certezas
que trazem o tempo
com poemas dentro


quinta-feira, 17 de setembro de 2015

A rebelião dos refugiados


atropelam-se
para comer a fome
entre as grades de aço
e os muros da repressão

por isso se continuam
a atropelar e a esmagar
por umas migalhas de pão
por umas garrafas de sede

são assim as vítimas
da fuga e da destruição
com a coragem nos braços
da humilhação


sexta-feira, 11 de setembro de 2015

O prazer da tristeza


o prazer da tristeza
habita-me o olhar
e as lágrimas falam
dentro do coração

sofro com os demais
e sinto-os a pulsar
no meio do sangue
que rasga muros

por isso sou pessoas
abertas sem fronteiras
que fogem de mim
até que o tempo volte


terça-feira, 8 de setembro de 2015

O silêncio dos derrotados


o silêncio dos derrotados
que julgam ser uma vitória
o medo de existirem calados

é estarem desbaratados
numa cobardia delatória
de mil boatos arrebatados

o silêncio dos derrotados
quer ser intrepidez difamatória
reprimindo os nomes exatos


quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Hoje vou falar do silêncio


hoje vou falar do silêncio
que me corrói por dentro
e do porquê de não o ouvirem

o silêncio contém em si
pessoas que nada dizem
exceto o espaço vazio

hoje vou falar do silêncio
que atrai gritos incontidos
que atrai vozes caladas

e o silêncio contém em si
bocas que se rasgam
por entre pedras recalcadas


quarta-feira, 26 de agosto de 2015

É esta vida geométrica


é esta vida geométrica
com corpos lutando
no vermelho da coragem

é gente que se acotovela
à pressa no meu coração
como gritos fechados

é um silêncio aritmético
nas bocas que escrevem
arestas nos poemas à solta


domingo, 16 de agosto de 2015

O impacto das vozes hoje


o impacto das vozes hoje
reprimidas na ignorância
das opções corajosas
cheias de oco e temerosas

este é o impacto das mágoas
das letras feitas coragem
mas com lapelas ameaçadas
e com palavras vazias por dentro

sim o impacto é este
sob os auspícios neoliberais
sob as forças incontidas
rasgadas à pressa no silêncio


quarta-feira, 15 de julho de 2015

Procurei avidamente, mas nada


procurei avidamente
revirei oceanos
mas nada encontrei

levantei continentes
dei voltas ao sol
e também as dei à lua

o que havia era só fronteiras
o que havia eram muros erigidos
mas nada de importante

e para grande espanto meu
e dos gritos reprimidos
que teimava em ouvir, achei

cheguei à triste conclusão
de que a Europa não existe
desapareceu por completo


quinta-feira, 9 de julho de 2015

Levanto voo nas asas da crise


levanto voo
nas asas da crise
sobre os gritos
do sofrimento

sei a fronteira
das dores alheias
pois trago-as
comigo na mente

mas enjoo-me
com a vaidade
das gravatas feitas
de hipocrisia

assim renasço na raiva
contra os vegetativos
sentados na calma
nojenta do fingimento

[design artístico de Naty Esteves, a quem agradeço a cooperação]


terça-feira, 7 de julho de 2015

As unhas dos meus sonhos


as unhas dos meus sonhos
ainda não as cortei
deste imóvel de mãos cheias

digo-lhes este lento sussurro
esta utopia de crescerem
num caos à minha mente

para que eu lento corra
dentro dos devaneios
de um projeto surreal

e esta é a lógica do absurdo
numa louca e contínua alusão
a um teorema de enigmas

[design artístico de Naty Esteves, a quem agradeço a cooperação]


terça-feira, 23 de junho de 2015

Assim são as pessoas


estão inadaptadas
nesta vida breve
que há nas ruas que correm

passeiam-se entre a brisa
que atenta floresce
nas vozes caladas

têm uma consciência
feita dor na mente
na cisão das palavras

assim são as pessoas
muitas mas sozinhas
no meio da multidão

[com design artístico de Naty Esteves, a quem agradeço a cooperação]


domingo, 21 de junho de 2015

Oiço o silêncio

oiço o silêncio
das palavras de medo
que andam lá fora

as palavras preferem
a sombra do temor
do que a luz do grito

sim oiço o silêncio
mas agito a ação
do caminho da coragem

[Design artístico de Naty Esteves, a quem agradeço a cooperação]



quarta-feira, 10 de junho de 2015

Há quem chore em voz alta

há quem chore em voz alta
com bandeiras de luta aos gritos
deixando o silêncio na ribalta
numa omissão em coro dos aflitos

há quem chore em voz alta
com causas e ideais manuscritos
derramados livres sobre a malta
sob a forma de enredos malditos

há quem chore em voz alta
e esse sou eu compondo mitos
onde com lágrimas escrevo o que falta
na força dos poemas proscritos

[design artístico de Naty Esteves]


segunda-feira, 20 de abril de 2015

Há uma forte tempestade


há uma forte tempestade
que sorrateira trago
aqui dentro de mim

é um fogo cheio de rosto
corajosamente gemendo
nos murmúrios desta dor

são chamas de liberdade
onde lentamente divago
num poema caído no jardim

são gritos a contragosto
numa cidade doendo
este silêncio predador

[poema escrito por Carlos Figueiredo Queiroz]
[colaboração e design artístico de Naty Esteves]