quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Privatizem


privatizem esta raiva
privatizem a nuvem que passa
que qualquer dia
o ar será descontado
este ar já com medo
de ser respirado

privatizem as lutas e as causas
privatizem a chuva e a água
persistam em amordaçar
estas brisas proibidas
que ainda refrescam
as palavras reprimidas

privatizem a força da ousadia
privatizem a luz e a razão
que qualquer dia
impostos serão inventados
daqueles que saem dos bolsos
na carne esfarrapados

privatizem o sol e a vida
privatizem o sangue nas veias
persistam em acorrentar
o arrojo da cultura
que a voz da liberdade
será a coragem da rutura