sábado, 3 de setembro de 2016

Os pulmões da poesia


os pulmões da poesia
estão presos na sua asfixia
de coragens pressentidas
num forte vento inexistente

os pulmões da poesia
são janelas onde a travessia
se faz de forças proibidas
cheias da dor dentro da gente

os pulmões da poesia
respiram em celas de ousadia
em golpes e lutas escondidas
feitas de um ar breve e ausente

por isso os pulmões da poesia
têm de ser de arrojo e valentia
escritos em palavras gastas e feridas
num coração veloz e impertinente