segunda-feira, 28 de maio de 2012

A subversão do poema

tenho um poema
subvertido dentro da boca
é o saber revoltoso
das palavras esculpidas

guardo em mim um livro
escrito sem letras
onde sentidos se entrelaçam
e inventam a força

mas visto-me do vazio
com o vigor da mente
num sinal maior que se levanta
uma raiz que rasga o papel

e fica uma corrente
de mãos nas mãos
letras que se procuram
na revolta dos dias

são as algemas
que se libertam
ante a loucura breve
do tempo incendiado

(poema de Carlos Figueiredo Queiroz, 28/05/2012)