com pessoas lá dentro
vestidas com o escuro da noite
são corações que batem de frio
e se cobrem de lama e chuva
respirando fezes de um cão que passou
os dedos esticam-se para baixar o volume
das bocas e dos ouvidos que conversam alto
dentro do conforto interior das vidraças
as mãos trémulas de miséria enrugada pelo tempo
alimentam-se dos pratos cheios de fome
amolgados de tanto sofrimento
agasalham-se com os raios de lua
que caem da tempestade das nuvens
e os pés espirram gripe vomitada dos pulmões