estava cansado de viver
dentro de mim
fui viajar
para o lado de lá
passei a fronteira
a salto da alfândega
tropecei no rio
caí na montanha
mas trazia um peixe
na boca que gritava
sentei-me a comer
pedi água dupla
tinha sede até
na ponta dos dedos
cansei-me de novo
e gritei poemas na mão
e deitei-me insaciado
ao lado das palavras
e por fim adormeci
na vulgaridade do que disse