que se vão esmigalhando
contra a transparente parede
na vida da minha visão
polvorizam-se as letras
mensagens em forma de pedra
que gritam insolventes
derrapantes palavras de água
há nuvens molhadas por dentro
que oprimem sorrateiras
o espaço comum das pessoas
que residem nos meus sonhos
dissolvem-se as loucuras
entre o granizo pontiagudo
que em alarido de bola de neve
solta poemas cheios de lágrimas